segunda-feira, 26 de março de 2012

Brasileiros participam de exposição de nanoarte em Israel


Pesquisadores e técnicos do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (Cmdmc) e do Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (Inctmn) farão uma exposição de suas obras de nanoarte hoje e amanhã (26 e 27/03), em Israel. As unidades têm sede na cidade de São Carlos (SP). As telas são desdobramentos do trabalho de pesquisa realizado pelos dois centros, que têm como líder Elson Longo, professor do Instituto de Química daUnesp, Câmpus de Araraquara.

“A Nanoarte é uma expressão artística recente, surgida com a nanotecnologia. As imagens são de materiais em nanoescala, isto é, com dimensão um milhão de vezes menores que um milímetro, obtidas por intermédio de microscópios eletrônicos de alta precisão”, explica Longo.

O professor explica que um dos elementos que diferencia essas imagens artísticas invisíveis a olho nu (com dimensões um milhão de vezes menores que um milímetro) das nanoimagens científicas tradicionais é a maneira como as primeiras são coloridas pelos pesquisadores. A partir da pigmentação, usada originalmente para ressaltar aspectos e propriedades do objeto observado, esses registros feitos por microscópios de varredura de alta resolução ou de transmissão ganham vida e relembram objetos “visíveis” da natureza e do dia a dia humano.

Ele ressalta ainda que a técnica de colorir já ultrapassou os limites artísticos. Imagens de fragmentos em nanoescala pintadas cada vez mais aparecem nas principais revistas científicas do mundo. “Não é coincidência que países que têm tradição artística como Espanha e França estejam entre os que produzem mais nanoarte, ao lado dos EUA e Rússia”, diz.

O pesquisador também afirma que alguns exemplares de nanoarte podem alcançar preços de até US$ 15 mil dólares. O alto valor é devido ao alto custo do equipamento, que pode valer US$ 1 milhão e ao fato de serem imagens originais que, em geral, não podem ser reproduzidas.

Apresentação em Nova York

Os artistas que participam da exposição em Israel já haviam se apresentado na Mostra Internacional On-line Nanoarte-2011, realizada em Nova York, EUA. O evento foi organizado pelo artista romeno Cris Orfescu, da Universidade de Nova York. A mostra norte-americana reuniu 149 imagens produzidas por 42 participantes de 12 países: EUA, Brasil, Alemanha, Canadá, Itália, Romênia, Holanda, Eslovênia, México, Grécia, França, e Luxemburgo.

Do Brasil, foram selecionadas para a exposição os seguintes trabalhos do Cmdmc e do Inctmn: Spirals Hematite, de Rorivaldo Camargo; Tenis Bol Silver Nanoparticles, de Ricardo Tranquilim, e Dreams by Van Gogh e Status Quo, de Enio Longo.

Algumas dessas obras estão reunidas no site www.cmdmc.com.br/nanoarte/. O acervo digital inclui exposições de fotos, vídeos no YouTube e material didático para escolas do ensino fundamental e médio.

Fonte: Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp, com material de José Angelo
Santilli e do Jornal da Ciência

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